Aviação executiva vai além dos jatinhos de luxo
Aeronáutico • 12/08/2022Nos últimos dois anos, o setor de aviação executiva tem apresentado uma demanda aquecida, seguindo uma tendência mundial de crescimento de pousos e decolagens no setor como um dos reflexos da pandemia. Enquanto a aviação comercial sofreu com as restrições, o segmento executivo ganhou mais adeptos, seja em viagens compartilhadas ou em aeronaves próprias, assim como o uso de aeronaves para o agronegócio também registrou significativo aumento, tanto no transporte de pessoas, como no uso na propriedade, além do transporte de cargas.
Segundo Carolina Varaldo, diretora de aviação LATAM do Asas Group, é preciso “sair da caixinha” quando se pensa em aviação executiva e desassociar a ideia de que o setor é limitado apenas a jatinhos de luxo. “Hoje podemos elencar uma série de aeronaves que fogem do escopo de luxo e que cada vez mais têm espaço para crescimento no Brasil, principalmente, quando analisamos o mercado de agronegócio.”
Mesmo com o afrouxamento das medidas restritivas e o atual movimento de estabilização da malha aérea comercial, a diretora avalia que o segmento permanecerá aquecido, pois muitos clientes se acostumaram aos voos executivos. “Além disso, muitos fazendeiros, para terem acesso rápido às suas fazendas, têm importado aeronaves de médio porte que possuem características que permitem pouso em pistas não pavimentadas, comuns em zonas de fazenda, e, considerando a força do agro no Brasil, a tendência é a continuidade do aquecimento deste segmento”, explica Carolina.
Mercado brasileiro e América Latina
O Brasil tem a segunda maior frota do mundo de aviões particulares, atrás apenas dos Estados Unidos. Por si só, esse dado indica que o mercado brasileiro possui relevância acentuada na aviação executiva, com demanda por aeronaves e serviços inerentes ao setor, como o seguro aeronáutico. “Nos últimos anos, o mercado internacional de Seguros Aeronáuticos sofreu diversos sinistros, o que levou ao aumento significativo nos prêmios de seguro. Desta maneira, além do crescimento da importação de aeronaves executivas, o mercado segurador também incrementou as taxas e, consequentemente, houve aumento nos prêmios do setor”, ressalta a diretora.
Em termos de América Latina, o setor de seguros para aeronaves vive cenários opostos, com propostas de apólice bem diferentes. “O mercado brasileiro, tradicionalmente, possui contratos automáticos bastante robustos, com grande parte dos riscos alocados dentro destes contratos. Quando falamos do mercado da América Latina, o cenário é exatamente o oposto: as seguradoras locais possuem baixíssimas retenções e, consequentemente, buscam capacidade de resseguro facultativo para a integralização dos riscos”, comenta Carolina.
Corretor, atenção às informações!
Como um dos setores que apresentou robusto crescimento, o segmento de seguro para aeronaves também segue aquecido. Aos corretores de seguros que já atuam no setor ou que têm interesse em incrementar suas carteiras, a diretora de aviação do ASAS Group dá uma dica importante na hora de gerar uma cotação.
“Quanto maior o nível de detalhamento no retorno das informações solicitadas, maior a agilidade dos subscritores em retornar com um posicionamento assertivo acerca do risco. Notamos que muitas vezes recebemos pedidos de cotação com falta de informações básicas, como, por exemplo, qual moeda devemos considerar para as Importâncias Seguradas solicitadas, o que acaba gerando idas e vindas com questionamentos e atrasando a análise da área de subscrição.”